O município de Iconha é referência na coleta de resíduos secos. Em 18 de maio de 2014 a Prefeitura assinou um convênio com a Associação de Catadores de Materiais recicláveis (AMARI), que hoje conta com sete associados, dois na coleta, um na prensa quatro na mesa (motorista da prefeitura).
Shirlene Nicolini, presidente da AMARI trabalha na mesa e na administração. “Coletamos todo o resíduo seco, menos isopor, porque não temos mercado para ele”, esclarece.
Shirlene recomenda alguns cuidados. “Leite, requeijão, manteiga, é preciso retirar o excesso. O óleo é bom deixar escorrer bem. Leite passar uma água e escorrer, pois se misturar o seco com o úmido a gente acaba perdendo o material reciclável”.
“Fazemos coleta diária em toda a zona urbana e, na zona rural, ainda não conseguimos abranger todas as comunidades, mas estamos trabalhando para chegar lá. Fazemos campanhas para divulgar nosso trabalho e gerar uma conscientização, em igrejas (para disponibilizar um local para armazenamento desse material), nas escolas, com as crianças, que são multiplicadores, e levam essa conscientização para dentro de casa, para as famílias”.
Na zona Rural, dependendo da necessidade da comunidade, é feita a coleta de 15 em 15 dias, ou uma vez por mês.
Pilhas e baterias são recolhidas e entregues para a Secretaria de Meio Ambiente, que envia para Vitória. Para celulares, existe uma pessoa autorizada a comprar esse material que vem ao município comprar o que é recolhido.
O Ministério Público Estadual estabeleceu 2014 como prazo limite para a destinação correta do material seco. A Prefeitura de Iconha recebeu um prêmio por ter sido uma das primeiras a firmar uma parceria com uma cooperativa de reciclagem.
Cinthya Barreto, bióloga da Secretaria de Meio Ambiente de Iconha, há um ano foi contratada pela prefeitura para dar suporte à cooperativa, atendendo às necessidades, ajudando nas campanhas.
“Aqui no município estamos vendo um excelente trabalho, quando a gente trabalha em parceria com a Secretaria de Educação. A gente faz esse trabalho nas escolas e vê o resultado logo em seguida. Ano passado fizemos um trabalho de oficinas nas escolas, em conjunto com a ECO 101, e realizamos também gincanas, onde ganha a turma que levar a maior quantidade de material reciclável para a escola. Ano passado uma escola recolheu 13 toneladas de material reciclável. Isso equivale a, praticamente, a coleta mensal da Amari na cidade inteira”, conta Cinthya, que acrescenta que “agora as mães ligam para a Secretaria para saber o dia da coleta, porque os filhos não querem mais colocar o lixo para o aterro. Assim a gente vê nosso trabalho sendo reconhecido”.
No verão aumenta o volume, por conta do aumento do consumo com as festas e férias.
O trabalho da AMARI gera renda suficiente para sustentar as famílias dos cooperados. “Hoje a gente sustenta seis famílias, porque dois cooperados são irmãos. Nossa intensão é, aumentando a produção, associarmos mais pessoas. A gente faz essas campanhas e contamos com a população para cada vez mais aumentarmos o volume das coletas para podermos aumentar o número de associados aqui dentro, que conseguem ter um salário digno hoje. De 2014 para cá, a gente está aumentando. A passos de formiguinha, mas estamos aumentando”, diz Shirlene.
“Aqui, na AMARI, podemos ver uma parceria que deu certo. Temos uma cidade mais limpa, mais consciente e mais evoluída, visto que a maioria das cidades vizinhas não têm esse serviço”, conclui o vice-prefeito Mauri Monteiro.