A oximetria de pulso, ou o “Teste do Coraçãozinho” é um exame indolor utilizado para medir os níveis de oxigênio no sangue dos recém-nascidos, devendo ser efetuado após 24h de vida e antes da alta hospitalar do bebê. Ela é capaz de detectar a presença de cardiopatia congênita, um grupo de anormalidades que podem acometer a estrutura ou função do coração do recém-nascido. Quando a doença é detectada depois da alta pós parto, o quadro pode se agravar, trazendo consequências graves para a vida da criança.
O teste é obrigatório, conforme Portaria do SUS, mas muitos hospitais não realizam o procedimento. Diante dessa omissão, o deputado estadual Dr. Emílio Mameri protocolou o Projeto de Lei 322/2021, pedindo que o Teste do Coraçãozinho passe a integrar o rol de exames obrigatórios a serem realizados nos recém-nascidos atendidos nas maternidades do Estado do Espírito Santo.
Mameri indica que o diagnóstico tardio é um dos grandes problemas envolvendo a cardiopatia congênita. “Infelizmente ainda é comum que recém-nascidos recebam alta e precisem retornar ao hospital depois de pouco tempo com problemas, muitas vezes graves, que poderiam ter sido detectados e investigados antes da alta pós parto, por meio do Teste do Coraçãozinho”, alega. Com o teste, caso seja detectada alteração na oximetria, a investigação de problema cardiológico é aprofundada, sendo possível evitar que ela se desenvolva de forma grave.
A urgência da realização do Teste do Coraçãozinho já vem sendo ressaltada pela Associação de Assistência à Criança Cardiopata. Segundo a associação, ao garantir o teste e os demais exames de detecção de doenças cardiológicas, é possível minimizar os riscos de defeitos congênitos mais letais decorrentes da ausência de um diagnóstico precoce.
Segundo Mameri, a importância da proposição também decorre da necessidade de colocar o assunto em evidência. Dessa forma, afirma o deputado, “os próprios pais passarão a reconhecer a importância do exame e, quando for o momento, eles mesmos poderão exigir e garantir a realização do exame”, completa.