Desde o período da colonização os povos originários contribuem na cura de doenças e aflições da alma , usando os conhecimentos sobre as ervas e suas funções no corpo humano.
Da mesma forma o povo africano com sua sabedoria ancestral praticava rituais que traziam melhora no condicionamento físico e espiritual de quem precisava de ajuda .
As duas culturas estão presentes na cidade de Vila Velha e são valorizadas nas mãos de mulheres periféricas. Elas argumentam que a cura para as nossas enfermidades está na fé e na floresta.
As plantas medicinas vendidas nas feiras livres ou encontradas nos quintais das casas mais simples da cidade de Vila Velha, substituem a floresta e passam de geração pra geração levando benção e conhecimento a quem precisa.
Encontramos no bairro Rio Marinho a professora Joana D’arc que desde os 10 anos de idade desenvolve essa prática de reza e guarda o benzimento como uma forma de fazer o bem a alguém muito necessitado. Joana tem em sua família influência indígena e africana. Alega já ter nascido pronta e que a cura para muitas enfermidades vem através da fé de quem pede essa ajuda. A professora diz sofrer preconceitos por ser uma benzedeira, mas sonha com o dia em que as práticas orais das rezadeiras se tornem um patrimônio imaterial na cidade de Vila Velha. O ensinamento é passado de mãe pra filha de todas as gerações. As mulheres dominam essa prática de reza e muita oração.
O famoso chá, o banho de ervas, o ungüento , as pastas e pomadas caseiras fazem parte da cultura popular dos bairros mais humildes da cidade canela verde. A professora Joana D’Arc explica que a benção vem de Deus e vem da fé de quem está recebendo a oração. As ervas são medicação para o corpo e a reza o remédio para alma. Benditas sejam as mulheres que se dedicam a fazer o bem e perpetuar a Cultura de um povo.
Por Luciana Santos