A Prefeitura de Anchieta realizou testes rápidos nos profissionais da área de Saúde e na Guarda Municipal de Anchieta. Sete casos foram identificados como positivos e estão todos em isolamento social sendo monitorados.
Teste rápido x PCR
A realização de exames em massa é a melhor estratégia para conter a transmissão da Covid-19, defendem especialistas. O volume de testes é muito grande e há grande demanda mundial por reagentes.
Os testes rápidos, feitos através de amostras de sangue, são muito importantes para profissionais de saúde e forças de segurança, mas só detectam a Covid-19 após sete dias.
Denominado RT-PCR em tempo real, o ensaio de Bio-Manguinhos e IBMP é realizado a partir de uma amostra de secreções da nasofaringe ou orofaringe – ou seja, material obtido da mucosa do fundo do nariz ou da garganta com uso de uma haste flexível (swab).
Trata-se de um teste de biologia molecular que já vem sendo usado em laboratórios desde 1983 para diagnosticar outros vírus e em diversas áreas de pesquisa. No caso atual, ele detecta um fragmento do genoma do novo coronavírus.
“É uma técnica de alta especificidade e sensibilidade, mas depende de aparelhos específicos que precisam ser constantemente aferidos e de habilidade técnica para sua execução. Requer, ainda, a aquisição de material de consumo importado, de alto custo, que demora para chegar”, explica o virologista Paulo Eduardo Brandão, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP. “Superadas essas dificuldades, é um teste excepcionalmente bom.”
Considerado o teste padrão para a Covid-19 no país e no mundo, o ensaio molecular dificilmente apresenta falsos negativos. “Consideramos o nível de sensibilidade de nosso teste extremamente eficaz. Ele pode detectar a infecção em mínimas quantidades de material genético do vírus, mesmo quando a carga viral do paciente é baixa”, declara Antonio Gomes Ferreira, gerente do Programa de Desenvolvimento Tecnológico de Reativos de Bio-Manguinhos. Segundo ele, os ensaios moleculares com base na tecnologia RT-PCR conseguem diagnosticar a infecção viral desde o primeiro dia do surgimento dos sintomas. O exame é efetivo, ainda, em pessoas assintomáticas.
Normalmente, o resultado do RT-PCR fica pronto em menos de 24 horas após a coleta da amostra, mas, com a grande quantidade de testes realizados ao longo da pandemia no país, esse prazo tem se alongado. Em alguns casos, chega a sete ou 10 dias.
Para enfrentar esse problema e ampliar a testagem no país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu nas últimas semanas registro para 17 novos testes no país, sendo 14 do tipo rápido, que apresentam resultado entre 10 e 30 minutos, e três de biologia molecular. Simples de serem realizados, os testes rápidos podem custar até um quarto do preço dos ensaios moleculares – o RT-PCR fornecido pela Fiocruz, por exemplo, sai por R$ 98.
Teste Rápido
“Os testes rápidos são tudo o que precisamos no momento. Eles ajudarão a controlar a pandemia, porque podem ser feitos por qualquer hospital ou clínica médica, não dependendo de aparelhos sofisticados, como os usados para o diagnóstico por RT-PCR”, declara Durigon, do ICB-USP. “É a única maneira de termos testagem em massa no Brasil. Eles podem chegar à porta dos hospitais menos privilegiados, que são maioria no país. Se a pandemia atingir as classes sociais menos favorecidas, somente os testes rápidos poderão diagnosticar a doença com agilidade. Caso contrário, estaremos em uma situação tão crítica quanto a da Itália.”