No início de maio deste ano, moradores de Coqueiral de Itaparica acionaram as equipes das redes sociais do prefeito e da Prefeitura de Vila Velha, comunicando que um gato, com sintomas de esporotricose, se encontrava na área de lazer do condomínio. Com isso, a Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) foi acionada para verificar as condições do animal.
Ao chegar no local, a médica veterinária, Wanessa Andrade, constatou que se tratava de um caso em que cabia tratamento para o gato: “Os moradores afirmaram que se tratava de um gato de rua, porém vimos que ele era cuidado ali, com alimento e água”.
Wanessa, que também é a gerente da UVZ, explicou como funcionava o tratamento e as diretrizes que precisariam ser tomadas: “Alguns munícipes eram a favor da eutanásia, procedimento proibido quando o animal possui condições de tratamento. Esclareci aos moradores que a Zoonoses promove o tratamento da doença, com a dispensação da medicação e acompanhamento veterinário até a cura do animal, sendo necessário que um tutor se responsabilizasse pelos cuidados, como oferecer os medicamentos e isolá-lo”, disse.
Com a sensibilização feita pela equipe para que o animal tivesse um tutor, a Andrea Rocha, que mora na Glória, recebeu uma foto do felino pelo aplicativo de mensagens e logo adotou o gato, que recebeu o nome de Dinho. Ela conta que já ajudou no resgate de outros gatos e, dessa vez, se sentiu na obrigação de prestar apoio:
“Eu aluguei um lugar limpinho para cuidar do Dinho. Na minha casa, eu não iria conseguir ficar com ele. Fiz isso porque também me sinto responsável pelos animais. Hoje, vendo a melhora dele, me sinto realizada e feliz. É uma grande satisfação”, contou Andrea.
Depois de mais de 45 dias de tratamento, as feridas do felino já cicatrizaram, ele está se alimentando bem, já ganhou peso, é arteiro e já tem um novo lar, mas o tratamento ainda continua para a total recuperação do animal.
Tratamento de esporotricose na UVZ
A Unidade de Vigilância de Zoonoses promove o diagnóstico para esporotricose, o tratamento e acompanhamento até a cura clínica do animal. O tutor do animal deve agendar o exame para confirmação da doença através dos telefones 3226 9499 ou 3226 9477.
Em caso de animais de rua, a equipe procura sensibilizar as pessoas que normalmente alimentam esses animais para se responsabilizarem por eles durante o tratamento.
A Zoonoses somente realizava recolhimento de animais em situação de rua, para o procedimento de eutanásia, quando estavam em estágio avançado da doença, sem condições de tratamento e para aliviar o sofrimento do animal. Porém, desde 18 de fevereiro de 2022, entrou em vigor a Lei Federal 14.228/2021, que proíbe o procedimento de eutanásia em animais com doenças tratáveis dentro das Unidades de Zoonoses e canis públicos.
A Esporotricose, apesar de ser uma zoonose, possui tratamento. A Zoonoses promove esse tratamento, medicamento e acompanhamento veterinário até a cura clínica, mediante a responsabilidade aceita pelo tutor.
Texto: Gabriela Vescovi| Foto: assessoria