A Região da Costa e da Imigração, que tem como entidade de governança a Agência de Desenvolvimento da Região da Costa e da Imigração (ADETURCI), redefiniu a participação dos municípios participantes no Mapa do Turismo Brasileiro. Dos oito municípios envolvidos (Anchieta, Alfredo Chaves, Piúma, Iconha, Itapemirim, Rio Novo do Sul, Marataízes e Presidente Kennedy) só os quatro primeiros conseguiram preencher todos os requisitos necessários para a inclusão no mapa.
Ludmila Dutra e Guilerme Barcelos
“Existe uma política pública federal de divisão do Brasil em regiões turísticas. Macro regiões, que aqui estamos inseridos na Sudeste, dentro das macro regiões existem os Estados, dentro dos Estados as regiões turísticas, com suas instâncias de governança, e dentro das regiões os municípios turísticos que fazem parte do Mapa do Turismo Brasileiro”, explica Ludmila Dutra, secretária executiva da ADETURCI.
“De dois em dois anos é feita uma nova solicitação aos municípios para inclusão no mapa. Isso está relacionado com mudanças na própria política municipal e estadual de turismo, em função de mudanças de Governo do Estado e prefeituras, e também com os pré-requisitos do Ministério do Turismo e o Estado do Espírito Santo, no nosso caso, definem como itens necessários para que o município esteja fazendo parte dessa política pública Federal que é o Mapa Turístico Brasileiro”, esclarece Ludmila.
Este ano de 2019, infelizmente, apenas quatro municípios conseguiram chegar ao final do processo, entregando toda a documentação exigida pelos governos Estadual e Federal: Anchieta, Alfredo Chaves, Piúma e Iconha.
“A Região da Costa e Imigração é composta por oito municípios. Só que, por conta de tudo isso que Ludmila explicou, dos requisitos do Ministério e do Estado, portarias estaduais e ministeriais, e de uma política pública, hoje só quatro municípios chegaram à reta final, que teve como data final o dia 31 de maio, que terminou o processo de regionalização”, conta Guilerme Barcelos, presidente da ADETURCI.
“De dois em dois anos, existe uma renovação nessa certificação de município turístico, então, de dois em dois anos, é solicitado ao município que ele apresente documentos comprobatórios do seu investimento e da sua opção por desenvolver a atividade do turismo. Está muito claro que tudo isso é um procedimento dinâmico, o que pedimos há dois anos, e que as prefeituras assinaram um termo se comprometendo a cumprir. Esses outros municípios não conseguiram, por vários motivos, atender. Em cima da hora, elas não tinham mais como cumprir”, diz Ludmila.
Consequências – “São várias as consequências que essas prefeituras vão perceber. A primeira é que elas não terão a representação da regional ADETURCI, onde todas as políticas públicas de turismo são resolvidas. Claro que a ADETURCI sempre vai fazer pela região como um todo, mas nesses quatro municípios a gente tem a responsabilidade de buscar ações de políticas públicas de qualificação, de investimentos em eventos, investimentos em infraestrutura. Hoje, o Ministério do Turismo e a Secretaria Estadual de Turismo têm como prioridade os municípios que estão no mapa do turismo, para investimento de todo tipo e de toda a ordem. A parte de políticas públicas de treinamento e de repasse de recurso, esses municípios que estão fora do mapa não serão contemplados nesses próximos dois anos de gestão do Governo do Estado, nem do Governo Federal. Eles ficam bloqueados de receber recursos financeiros e técnicos da Secretaria de Estado e do Ministério”, conta a secretária executiva.
Rota religiosa – Na época do governo anterior, havia uma ideia de uma rota que iria da Igreja das Neves, em Presidente Kennedy, até Guarapari, que envolvia um grupo que abrangia diversas entidades, governamentais e não governamentais. “As entidades não governamentais não têm essa restrição. Essa rota ainda pode acontecer, mas não estará na prioridade da ADETURCI trabalhar esse percurso. Isso não quer dizer que nós não estaremos juntos, mas nossa prioridade se restringe a Anchieta, Alfredo Chaves, Piúma e Iconha”, declara Guilerme.
A ADETURCI é uma articuladora, facilitadora, colaboradora na criação de projetos. “Vamos trazer do Estado qualificação para criação de projetos tanto para o Poder Público quanto para o privado”, fala o presidente.
A ADETURCI é um campo de discussão tanto para o Poder Público quanto do Poder Privado. É um aglutinador. Uma situação onde esse dois poderes se encontram para resolver problemas em comum. Um não vive sem o outro.
A linha entre o Aeroporto e Guarapari foi estendida até Piúma em três horários diários.
Ônibus do Aeroporto a Piúma
A partir do dia 7 de junho, turistas e moradores terão mais oportunidades para visitarem parte do litoral sul do estado e o Santuário Nacional de São José de Anchieta. É que a linha Aeroporto Express, entre o terminal de passageiros e Guarapari, foi estendida até Piúma, passando por Anchieta, com parada próxima ao Santuário.
A iniciativa é do Governo do Estado, através da Secretaria de Turismo e da Ceturb-ES (Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo), em uma articulação com a iniciativa privada para oferecer um serviço de qualidade, em especial para os turistas que chegam ao Espírito Santo.
Para aqueles que desejam visitar as cidades de Guarapari e Piúma, assim como toda a riqueza histórica e religiosa do Santuário de Anchieta, a linha estará disponível em três horários diários e o valor da passagem será de R$ 39,55.
“É uma solicitação antiga que esse ônibus do aeroporto chegasse até aos municípios da nossa região. Não fomos nós que começamos essa solicitação, mas a gente engrossou o caldo, para que isso realmente acontecesse. Até porque nós tínhamos dificuldades, às vezes, de levar empresários, independente do turismo religioso, ou outra modalidade de turismo, para participar de feiras nacionais por conta da dificuldade de acesso e até o encarecimento do produto final em função desse transporte mais caro. Agora você tem um acesso direto do aeroporto de Vitória para os municípios. Tanto atende aos turistas que vão chegar pelo portão de entrada aéreo, quanto atende ao morador da Grande Vitória, quanto atende a outros turistas que cheguem de trem ou de ônibus interestadual e vice-versa, aos moradores dos outros municípios. Quando a gente pensa em nessa ponte, a gente sempre pensa na via ‘turistas entrando’, mas a gente sabe que o turismo é uma via de mão dupla”, relata Ludmila.
A linha de ônibus começou no verão, com o trecho Guarapari x Vitória, mas a população reivindicou uma linha que funcionasse o ano inteiro, mesmo na baixa temporada. No momento quem faz esse transporte é a Viação Alvorada, mas a Viação Planeta já se mostrou interessada em fazer o trajeto, uma concorrência que só vai favorecer o usuário.
“Um pacote turístico tem um tripé: transporte, hospedagem e entretenimento. O transporte, que era um problema, está sendo solucionado. Tanto que hoje já se pode trabalhar com os empresários dos municípios, que a gente tem essa prioridade de trabalho, no sentido de estar preparando pacotes turísticos para serem comercializados nas feiras nacionais. E vender baixa estação. Agora temos todas essas possibilidades para pacotes”, conclui Ludmila.
Vanuza Oliveira, Guilerme Barcelos, Monica Siqueira e Ludmila Dutra.